quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Causas e consequencias da perda da Biodiversidade

Imagine a seguinte situação: você passou toda a vida com sua família harmoniosamente em uma cidade onde estão seus melhores amigos, sua escola, o trabalho dos seus pais, mercados, lazer e tudo mais que você precisa para viver. De repente, chega um grupo de alienígenas e decide viver na sua cidade. Mas eles simplesmente tomam conta de tudo e deixam você sem nada do que possuía antes. Que opções você tem (se é que tem)? Resta mudar para outro lugar e enfrentar muitas dificuldades na tentativa de reaver sua vida anterior. É muito provável que você não tenha sucesso nessa empreitada e, neste caso, você pode não sobreviver à mudança. O desaparecimento da sua cidade como era antes vai causar, além de tudo isso, uma quebra nas relações que seu povo tinha com outras cidades, como compra e venda de produtos, acordos de proteção mútua, etc. Ou seja, indiretamente, aquela ação dos alienígenas causou um grande desequilíbrio em toda a região. Outra hipótese seria a de que o seu povo decidisse lutar contra os forasteiros, o que causaria muitas perdas para os dois lados.
Parece uma cena de filme de ficção científica, mas é o que acontece quando se fala em redução da biodiversidade. É importante lembrar que todos os seres, incluindo os humanos, estão conectados e dependem uns dos outros (como na cadeia alimentar, por exemplo). Desta forma, à medida que destruímos a biodiversidade, colocamos em risco nossa própria existência.

Entre as principais causas da perda de biodiversidade, podemos citar:
    - Destruição e diminuição dos hábitats naturais;
    - Introdução de espécies exóticas e invasoras;
    - Exploração excessiva de espécies animais e vegetais;
    - Caça e pesca sem critérios; - Tráfico da fauna e flora silvestres;
    - Poluição do solo, água e atmosfera;
    - Ampliação desordenada das fronteiras agropecuárias dentro de áreas nativas;
    - Mudanças climáticas e aquecimento global.
     
Como conseqüência dessa perda, as populações humanas sofrerão uma queda significativa da qualidade de vida, que refletirá diretamente em pontos como o suprimento de alimentos e manutenção da saúde, a vulnerabilidade a desastres naturais, redução e restrição do uso de energia, diminuição da oferta e distribuição irregular de água potável, aumento de doenças e epidemias, instabilidade social, política e econômica, entre outros.
Em março de 2006, os signatários da Convenção sobre Diversidade Biológica estiveram reunidos no Brasil, na cidade de Curitiba, para a COP8 (Oitava Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica), durante a qual foi lançado um relatório alarmante sobre a destruição da biodiversidade no Planeta. Entre os dados que constam do documento estão, por exemplo, o de que só entre 1970 e 2000 caiu em 40% a diversidade de espécies animais. A perda anual de florestas na atual década tem sido de 6 milhões de hectares (o equivalente a cerca de 8 milhões de campos de futebol). O documento também chama atenção para o aumento da intensidade e da variedade das ameaças à biodiversidade causadas pela ação humana, destacando a introdução de espécies invasoras em ecossistemas alheios por meio de navios turísticos ou de carga, causando distorções na cadeia alimentar, sem falar do aumento desenfreado do consumo.
Sabia que para satisfazer o padrão atual de consumo do homem, a Terra teria que aumentar em 20% sua capacidade de renovar os recursos naturais?
Para amenizar este problema, o documento propõe medidas como a criação de programas nacionais de proteção ao meio ambiente. Nesse ponto, o estudo indica que há avanços significativos por parte de praticamente todos os países signatários. O Brasil está na vanguarda: tem uma das mais avançadas legislações ambientais do mundo. O problema está no cumprimento dessas leis, o que toca no segundo ponto importante proposto pelo documento da CDB: investir em pessoal e estrutura para a proteção da biodiversidade. Só para citar um exemplo, um outro relatório, emitido pela ONU em setembro de 2007, aponta que, dos 2.684 locais identificados pelo Ministério do Meio Ambiente como áreas que precisam de projetos especiais de preservação, apenas 1.123 estão sendo devidamente atendidas. Voltando ao documento da CDB, ele também indica a importância de inserir o cuidado com o meio ambiente na agenda do empresariado, principalmente dos ramos de alimentos e energia, dois dos que mais contribuem para o aquecimento global.
Defender a biodiversidade não é “papinho de ambientalista”. É lutar pela minha sobrevivência, a sua e a de nossos filhos, netos, bisnetos... É hora de repensar nossa posição como espécie dominante do Planeta e dar uma nova orientação à ciência e à tecnologia na busca de soluções que nos tirem dessa enrascada.

Fonte: http://www.educacional.com.br/reportagens/biodiversidade/perda.asp

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